Quem nasceu pra ser ginete
Tem a alma encomendada.
Fala e reza diferente,
Já sentiu o bufo quente
Da morte numa rodada.
Conhece pêlos e manhas,
Se é reiúno ou rufião.
Lombo, é banco de escola,
Tem um arzão de pachola
E sonhos de ser patrão.
Sabe os segredos das crinas
E os atáios pras virilhas.
Se imagina um Charrua,
Ou São Jorge, lá na lua
Quebrando queixo em coxilhas.
Quem nasceu pra ser ginete,
Tem o seu mundo num lombo.
Pois é, upa!, nesta lida,
Dar tiamanhã para a vida
Na incerteza de um tombo.
Quando nasce um ginetaço,
Até o céu muda de cor.
É um rincho só nas coxilhas
E no meio das tropilhas,
Dá um verdadeiro pavor.
Quem é da lida, senhores,
Conversa com as leoronas.
Não sabe o que é fastio
E marca no assovio,
O cantar das querendonas.
Quem escolheu este ofício,
Já sabe o que lhe espera.
Algum piazote chorando
Junto da mãe, que viuvando,
Reza num rancho tapera.
"Homenagem a todos Ginetes do meu Rio Grande do Sul"
Uma Boa Segunda-Feira a todos Amigos(a)
Um comentário:
adoro os ginetes mas não tive coragem de virar um ainda e nem sei se mulheres tem chance de ser ginetes.
Mas o texto é muito bom, parabéns pra quem escreveu.
Eu acho que se eu vira-se um minha mãe era capaz de passar mal vendo a filha cair do cavalo de um jeito que eu possa me machucar
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