Este cusco brasino, cara branca,
pequenote e rabão,
que o parceiro está vendo
enrodilhado aí perto do fogão,
foi mordido de cobra na paleta
quando troteava atrás de uma carreta,
cruzando um macegão.
Resultou de tal manobra
que o veneno dessa cobra
cegou meu cusco rabão!
Faz um tempão que se deu esse tropeço...
Dava pena, no começo, ver o cusco,
atarantado, pechar de frente e de lado,
chorando como um cristão.
Agora,
vagueia solitário pelo pátio,
perdido nessa noite sem aurora
que um dia lhe desceu sobre a retina.
Por isso,
quando a noite se embalsama
de perfumes e os pequenos e inquietos
vaga-lumes acendem lamparinas nos brejais,
eu maldigo a injustiça do destino
que nao ouço o uivo triste do brasino
chorando a lua que ele não vê mais.
Autor: Apparicio Silva Rillo
e Prendas do Rio Grande do Sul!!! Abração
Um comentário:
Mas bah, Serjão.
Chega a apertar o coração
de quem tem um cusco rabão...
Com medo imaginando besteira...
Meu cusco picado de cruzeira!
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