domingo, 8 de agosto de 2010


Um matiz caboclo
Pinta o céu de vinho
Pra morar sozinho
Todo o pago é pouco
Todo o céu se agita
O horizonte é louco
Num matiz caboclo
De perder de vista

Amada,
Amada,
Por viver sozinho
Não me apego a nada

O minuano rincha
Nas estradas rubras
Repontando as nuvens
Pelo céu arriba
O Sol poente arde
Em sobrelombo à crista
Quando Deus artista
Vem pintar a tarde

Amada,
Amada,
Por viver sozinho
Não me apego a nada

Um matiz de chumbo
Predomina agora
Vem chegando a hora
De encontrar meu rumo
Ao seu olhar lobuno
Mais além do poente
Onde vive ausente
Meu sonhar reiúno

Amada,
Amada,
Por viver sozinho
Não me apego a nada